A gentrificação, processo realizado nos centros urbanos, pode levar à desintegração e desigualdade social, culminando, em casos extremos, em um estado de anomia, conforme definido por Émile Durkheim. A análise da relação entre gentrificação e a produção de anomia urbana será conduzida por meio de uma abordagem qualitativa, com base em revisão bibliográfica, à luz da teoria de Durkheim. Este estudo analisa como a gentrificação pode gerar anomia urbana segundo Durkheim, avaliando a reestruturação espacial e econômica das cidades e seus efeitos na coesão social e desigualdade. A pesquisa será qualitativa, baseada em revisão bibliográfica.

A gentrificação é compreendida como o processo de melhorias significativas em áreas urbanas, caracterizado pela renovação e valorização de imóveis e infraestruturas. 2 Embora traga benefícios como a valorização imobiliária, melhora da economia, revitalização de áreas degradadas e redução da criminalidade, também possui aspectos negativos, dentre eles, o potencial para catalisar a anomia urbana. Anomia é um estado de desintegração social e normas frouxas descrito por Durkheim, em que normas e valores tradicionais se enfraquecem ou se tornam confusos, resultando em desorientação e falta de propósito entre os indivíduos. Isso ocorre quando normas antigas se tornam obsoletas sem o estabelecimento de novas que se adaptem à nova realidade social.3 A rápida transformação descrita desloca moradores tradicionais e introduz novos padrões de uso e ocupação, desestabilizando normas sociais estabelecidas. Esse deslocamento não é apenas físico, mas também cultural e normativo, levando à substituição ou destruição dos códigos sociais locais A destruição desses códigos tem consequências graves. A anomia cria um ambiente propício a comportamentos desviantes e criminosos. Sem normas claras para regular o comportamento, a criminalidade, frequentemente usada como justificativa para a gentrificação, pode aumentar, revelando o paradoxo entre revitalização e desintegração social.

A análise dos impactos da gentrificação sob a sociologia destaca implicações importantes para a formulação de políticas urbanas e de direito imobiliário. Com a confirmação de que a gentrificação, ao deslocar moradores e alterar padrões de uso, pode resultar em anomia urbana, é essencial que as políticas urbanas incluam estratégias que promovam inclusão e preservem a identidade cultural das comunidades afetadas, mitigando esses efeitos negativos e promovendo a coesão social.

 

Artigo por Hévily Horrana Pontes Albuquerque – Aluna Ebradi do curso Direito Imobiliário e Negocial.

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